• O Reino das gaivotas. Depois do abraço do casaria da Ribeira dos poetas e dos pintores, há ainda gaivotas por debaixo das pontes - de onde acenam as palavras de Eugénio de Andrade - que vêm despedir-se dos barcos em nome do mar, e poisar no areínho o hálito salgado que se dissolve no rio.

    Barragem Jusante: -- Km: 0
    Barragem Montante: Crestuma Lever Km: 21,7

  • O encontro dos rios A terra dos Carvoeiros, cisnes negros que outrora desciam ao Porto carregados de calor e aconchego; ao seu encontro sobem as lampreias para o festim, enquanto à superfície, o leito vai aparecendo a cada curva entre molduras de granito, onde nascem as populações que oferecem as vidas ao rio.

    Barragem Jusante: Crestuma Lever Km: 21,7
    Barragem Montante: Carrapatelo Km: 65

  • O país vinhateiro O granito passa o testemunho ao xisto, as serras vistas de Torres pelo monóculo de Eça passam a ser montes, e cobrem-se de vinhedos. Esta é, também, a "Terra Ingrata" de João de Araújo Correia, berço antigo de barqueiros e marinheiros, de barcas e de Rabelos, guardados pelo olhar das enxadas ou pelas cerejeiras em flor.

    Barragem Jusante: Carrapatelo Km: 65
    Barragem Montante: Bagaúste Km: 105

  • O Douro das Quintas Estão ao redor das casas que fizeram a história, as vinhas que se espreguiçam nas águas; são corpos desnudados cobertos pelas uvas que nascem das pedras - chãos mastigados pelo homem - para dar ao mundo a ambrósia dos deuses com sabor a "sol engarrafado". O rio é a serpente de luz sob o olhar de Miguel Torga, onde mergulham os aromas escorrentes do mosto, da esteva e do rosmaninho; a história escreve-se sobre a transparência das águas, em parágrafos interrompidos pela quilha do barco ou pelo silvo do comboio do tempo.

    Barragem Jusante: Bagaúste Km: 105
    Barragem Montante: Valeira Km: 144,8

  • O território das garças É a chegada ao outro Douro, onde os ruídos do silêncio tomam conta de nós, enquanto as sombras das escarpas nos abraçam; as águias guardam-nos a passagem do cachão, onde o rio engoliu o barão que lhe desenhou as manhas - Joseph James Forrester. Entretanto, as Graças que, olhos nos olhos, nos impõem o repouso e a serenidade deste seu território.

    Barragem Jusante: Valeira Km: 144,8
    Barragem Montante: Pocinho Km: 180,5

  • As terras vermelhas de Junqueiro O chão é de ferro, vermelho como o sangue de quem o trabalha; a natureza selvagem inquieta os olhares, colados à pele das pedras onde ficou a mensagem dos homens de há 20.000 anos - a Arte Rupestre do Côa. Entretanto, as oliveiras guardiãs do tempo e o branco cântico das amendoeiras - sorrisos de gente pobre, sob o olhar do poeta Junqueiro..

    Barragem Jusante: Pocinho Km: 180,5
    Barragem Montante: -- Km: 0